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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

AULA DE DESENHO: DESENHOS DAS FORMAS GEOMÉTRICAS BÁSICAS COM CARVÃO VEGETAL







AULA DE DESENHO


A ARTE DE DESENHAR COM CARVÃO VEGETAL

"CHARCOAL"

As Formas Geométricas Básicas



O carvão é o melhor material para soltar a mão, treinar o traço do desenho e dar volumes às formas.
É um material macio e de fácil manuseio.




Abaixo, formas sólidas geométricas básicas desenhadas com carvão vegetal, próprio para desenho artístico.









Transformando as formas planas em sólidos:

Círculo = Esfera
Quadrado = Cubo
Triângulo = Cone, Pirâmide
Retângulo = Cilindro








A tridimensionalidade das formas se obtém com as gradações das sombras dada a cada forma, destacando a parte da "luz", obtida através dos meios tons, até chegar no lado bem escuro.
O papel de desenho é um plano bidimensional, ou seja, tem dois lados, a altura e a largura. A profundidade obtida através das sombras de determinado objeto desenhado, resultará numa visão de uma terceira dimensão. O objeto torna-se "encorpado", com volume suficiente para caracterizá-lo como tridimensional. Cada forma plana é transformada em um sólido geométrico. 








O Uso das Formas Geométricas  

Treinando estes desenhos acima, com seus respectivos volumes obtidos através de suas sombras, facilitará a execução de qualquer tipo de desenho, uma vez que estas formas geométricas são vistas em todas as coisas, inclusive nas coisas naturais. Por exemplo, uma árvore, uma flor, um animal e até mesmo o corpo humano.










Carvão vegetal - "Charcoal"

Em papelarias especializadas encontram-se carvão próprio para desenho, em caixas que contém tamanhos variados. Há também bastões de carvão avulsos, porém, são importados, portanto mais caros.




Fixação dos Desenhos à Carvão ou Giz Pastel Seco

O uso do carvão está associado normalmente para a execução de esboços. Devido a sua maciez e pouca fixação no papel, é indicado a utilização de um spray fixador para prolongar a durabilidade dos trabalhos que queiram guardar ou até mesmo emoldurá-los.
Existe um tipo de spray próprio para fixar os trabalhos em desenho a carvão e também em giz pastel seco. Prefira a escolha de um spray fosco.




A História do Desenho

A história do desenho começa quase que ao mesmo tempo em que a do homem. Nas cavernas  ficaram gravados, por meio de desenhos, os hábitos e experiências dos primitivos "homens das cavernas" que usavam as pinturas rupestres como forma de se expressar e comunicar antes mesmo que se consolidasse uma linguagem verbal.



Desenho Rupestre em Parede da Caverna de Lascaux na França

"Ao longo dos séculos o desenho passou a ser utilizado cada vez de formas mais diferentes. Sendo até mesmo, um precursor da linguagem escrita, da fotografia e assim, do cinema, e até mesmo das representações cartográficas.
Ora ilustrando templos sagrados e tumbas, como dos egípcios onde se vê relatada, praticamente, todas as histórias da vida cotidiana e mesmo da vida após a morte, ora representando os deuses mitológicos gregos, ou ainda, conduzindo navegantes por mares desconhecidos como durante os séculos XV e XVI e nos séculos posteriores, a arte de desenhar acompanhou o homem durante todo seu desenvolvimento fazendo parte de sua história e, ainda hoje, é capaz de surpreender e encantar a qualquer um que se permita uma breve contemplação.

Na pré-história o desenho surgiu como forma de as pessoas se comunicarem facilitando o desenvolvimento de uma linguagem falada e escrita. Não que o homem tenha aprendido a desenhar antes de falar, porque isso é praticamente impossível de determinar uma vez que a linguagem falada não deixa marcas em paredes como as pinturas rupestres. Mas é inegável que a expressão por meio de pinturas facilitou a comunicação para aqueles povos.

Na antigüidade o desenho ganha status sagrado, principalmente no Egito, onde é usado para decorar tumbas e templos. Tanto o é que, para os antigos egípcios uma grave condenação para alguém após a morte é ter raspados todos os desenhos e inscrições de sua tumba. Mesopotâmicos, Chineses e povos do continente Americano desenvolveram cada qual um sistema diferente de desenhar, com significados próprios e que caracterizaram cada população. Da mesma forma ocorreu na antigüidade clássica, quando gregos e romanos utilizaram o desenho para representar seus deuses.

Já na mesopotâmia o desenho foi utilizado para criar representações da terra e de rotas de forma bastante primitiva. O nascimento da representação cartográfica de rotas comerciais e domínios ganha fôlego com a expansão do Império Romano e a popularização de suas cartas.
Mas um acontecimento realmente importante para todas as formas de desenho foi a invenção do papel pelos chineses há mais de três mil anos. Até então eram usados diferentes materiais para as representações como blocos de barro ou argila, couro, tecidos, folhas de palmeira, pedras, ossos de baleia, papiro (uma espécie de papel mais fibroso muito usado pelos egípcios) e até mesmo bambu. Estima-se que por volta do ano VI a.C. os chineses já utilizassem um papel de seda branco próprio para desenho e escrita. Mas, o papel da forma que conhecemos hoje surgiu em 105 d.C. tendo sido mantido em segredo pelos chineses durante quase 600 anos. A técnica, embora tenha evoluído, ainda mantém o mesmo princípio de extração de fibras vegetais, prensagem e secagem.

Os apetrechos utilizados para fazer o desenho também foram bem diferentes até que se inventasse a tão comum caneta em esferográfica, em 1938. O primeiro “utensílio” usado para desenhar foram os dedos com os quais os homens da caverna fizeram suas pinturas rupestres, depois foram usados pelos babilônicos pedaços de madeira ou osso em formato de cunha para desenhar em tábuas de argila (daí o nome da escrita “cuneiforme”). Com a invenção do papiro pelos egípcios foi necessário desenvolver outros materiais para escrita e o desenho. Passaram então a ser utilizados madeira e ossos molhados em tinta vegetal e, depois, as famosas penas ou ainda o carvão que já era utilizado pelo homem das cavernas. As penas, no século XVIII, passaram a ser de metal e em 1884, Lewis E. Watterman patenteou a caneta tinteiro, precursora das esferográficas.
Da mesma forma que os instrumentos utilizados para o desenho evoluíam, o próprio desenho evoluía junto. No Japão, a época mais próspera dos samurais (1192 a 1600) o desenho experimenta um grande crescimento. Os samurais além de guerreiros se dedicavam às artes. É no Japão que foi divulgada a tinta nanquim criada pelos chineses, ao contrário do que se costuma pensar. Uma tinta preta bastante usada para desenhar e que era feita de um pigmento negro extraído de compostos de carbono queimados (como o carvão).
Assim como praticamente todas as formas tradicionais de arte, o desenho foi bastante difundido por religiosos seja no oriente ou no ocidente. Assim, a arte mantém ainda uma ligação com o religioso, embora no Japão tenha se popularizado a representação da natureza e na antigüidade já se fizessem desenhos sobre a vida e as pessoas.
É no Renascimento que o desenho ganha perspectivas e passa a retratar mais fielmente a realidade ao contrário do que ocorria, por exemplo, nas ilustrações da Idade Média, quando a falta de perspectiva criava cenários completamente impossíveis. Com o Renascimento surge também um conhecimento mais aprofundado da anatomia humana e os desenhos ganham em realidade. Mestres da pintura na época eram também exímios desenhistas que usavam os conhecimentos da anatomia para dar mais realidade as imagens através do uso de sombras, proporções, luz e cores.
Devido a Revolução Industrial surge uma nova modalidade de desenho voltado para a projeção de máquinas e equipamentos: o desenho industrial.
Em 1890, outro marco para o desenho: surge a primeira revista em quadrinhos semanal da história. No dia 17 de maio de 1890 foi lançada a Comic Cuts pelo magnata londrino Alfred Harmsworth, mais tarde Lord Northcliffe. Mas, outras fontes atribuem o feito a obras anteriores: uma destas obras seria o desenho chamado “Yellow Kid” publicada em 1897 por Richard Outcalt. No Brasil, as precursoras foram as tiras do ítalo-brasileiro Ângelo Agostini, publicadas em 1869, no jornal “Vida Fluminense” com o título de “As Aventuras de Nhô Quim”.
Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) as caricaturas e charges se popularizam e sua utilização passa a ser cada vez mais freqüente. Com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) não só as caricaturas em periódicos de grande circulação, mas também as animações passam a ser utilizadas por ambos os lados numa verdadeira “guerra visual”, seja para fazer propaganda ou para fazer críticas a um e outro sistema.
Da década de 90 para cá as evoluções foram enormes. Centenas de periódicos no mundo todo tratam exclusivamente do assunto “desenho” em suas mais diversas modalidades: cartuns, charges, desenhos técnicos, desenho artístico, caricatura, animes, mangás, grafite e outros.

Técnicas cada vez mais apuradas de desenho, arte final, diagramação, impressão e distribuição possibilitaram além da melhoria da técnica, a criação de estilos tão variados quanto é a variedade de público. E que essa história nunca termine…


Próxima aula:

A Iniciação ao Desenho com o relaxamento do traço.
Desenho e rabiscos com Giz Pastel: Oleoso











3 comentários:

  1. É minha primeira visita à sua página. Trata-se de um belíssimo trabalho. Aprecio quem aprecia a pintura, este dom divino.
    A partir de hoje, sempre que puder, estarei aqui.
    tarciziomsn@hotmail.com

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    1. Olá Tarcizio, muito obrigada por sua visita e elogio. Amo demais às artes. Parei, por enquanto, em dar continuidade a este blog, mas retornarei em breve. Com o seu comentário é um incentivo para continuar. Tenho um outro blog que mostro pinturas de diversos artistas, em diversos temas e épocas: "DE ARTE EM ARTE".

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  2. Muito bom mesmo são os melhores no desenho.

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